terça-feira, 1 de março de 2016

A vida permite quando a gente se permite...





     Quando decidi ir trabalhar numa cidade pequena no interior da Paraíba nem podia imaginar como os meus horizontes podiam se expandir... Controverso? Eu pensaria que sim 6 anos atrás...

     Menina, você vai fazer o quê numa cidade desse tamanho? Perguntavam os leigos de vida. E não vou mentir... me perguntei também! Leiga também era... ainda sou... mas menos, um pouco menos a cada dia que decido VIVER. 

    Só que algo aconteceu, algo surpreendente, algo novo, algo mágico... algo... Aconteceu que eu me permiti... permiti que meus olhos não apenas observassem o visível, mas decidi treinar o olhar para além do que era possível ver... O tal olhar... Ahh... o olhar...

     E quando você se permite não é apenas a visão que sofre alterações loucas. Todos os sentidos são modificados, aflorados, sensibilizados, tocados, transformados...Incrível! O sabor é realçado por cores que você nem percebia. O cheiro de eucalipto na estrada é tão intenso que faz você ficar segundos de olhos fechados esperando o toque da noite em seu nariz... e a noite toca... suave e perfumada. E o som? Nossa!!! Melodias são tiradas de frases, sussurros, gritos, berros e silêncios... Música... tudo vira música! 

     Coisa boa quando a gente se permite... uma simples noite de sexta-feira de lua pode se transformar numa trilha guiada por estrelas num caminho de eucaliptos perfumados numa estrada que pode até levar a uma casa de bonecas... 
Podia ficar em casa descansando... a semana foi pesada de trabalho e suor... mas decidiu se permitir... decidiu ir... decidiu caminhar... decidiu olhar... decidiu sentir... que bela decisão! Pois chegando lá, quando pensou que acabava, não era o fim, tudo começava... eram outros sons e cheiros... era sanfona e triângulo harmonizando com o calor e cores da fogueira. Era "um monte" de gente nova... monte de gente! Era alimento servido na telha e alimento servido na alma! 

   Podia ter ficado em casa... mas foi... por que entendeu que a vida permite quando a gente se permite...


Vanille Pessoa






     

    

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