Desde criança, todas as vezes que eu me sentia triste, perdida ou incapaz de expressar para alguém o que estava sentindo, eu colocava em um caderninho o meu sentimento em forma de palavras... as vezes palavras bem sem sentido (eu encontrei o tal caderninho um dia desses), mas sempre palavras que de alguma forma aliviavam a pressão do que eu sentia...palavras, apenas palavras...
Em 2015 o recurso similar para despejar o sentimento não é mais o caderninho, agora temos um blog... Ehhhhhh... pois que seja nele...
Estava pensando agora se nos é oferecido muito tempo para aprendermos "ser adulto" ! Mas o que é ser adulto mesmo? Vejo adultos cronológicos guardando traços e gestos de uma criança... Por que ainda criança? Foi a metodologia que não se adequou??? Será desculpa para agir como criança? Mas o que é mesmo ser criança? Ter 10 anos completos (seguindo a OMS)? Ter 12 anos completo (seguindo o ECA)? Ou ser criança é ser sempre otimista? Sempre escuto por aí a frase "não deixe a criança que existe em você morrer!" Que cronologia é esse que estou falando? Você está entendendo? Estou questionando outras dúvidas abertas... e quando a criança precisa ser adulto logo para auxiliar o adulto que já é adulto? E quando a criança que agora é adulto precisa cuidar do adulto que agora é criança?
Nossa!!! Que confusão! Por isso a necessidade do caderninho! De repente percebo uma adaptação que a vida requer de mim que não dá tempo para me preparar, não dá tempo para ensaiar e ver se dará certo... tem que ser agora e tem que ser! Pois então tá!!! Mas quem disse que é fácil? Quem disse que será sem dor?
Dor? Que dor?? Dor de crescer? Dor de quê? Dor... só dor... Mas sem querer que se transforme em sofrimento, em peso no olhar, em ombros caídos, em passos arrastados... é uma dor aguda... dor de alma... dor de questionamento... Para não se transformar em sofrimento não vou resistir a situação... como já ouvi por aí “é a nossa resistência às coisas que causa nosso sofrimento”.
As situações são como são... existem muitas coisas que podemos mudar e outras tantas que não! O que eu não posso mudar, preciso saber conviver... e uma das coisas que não posso mudar é o tempo que já passou... é a vida que já correu... é o espaço que já se deu... já foi... anos passaram... e agora tenho que saber lidar com a criança, o adulto, a criança...

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